Penúltimo dia da Expointer tem apresentação de cães de pastoreio

Não são só os grandes animais que chamam a atenção na 47ª Expointer. Cachorros da raça border collie estão dando um show na Pista Central neste sábado (31/8), no penúltimo dia da feira. Os doze animais participam de uma simulação de trabalhos de campo, na atividade de pastoreio.   

A cena impressiona quem acompanha: guiados pelo apito de seus tutores, os cães se movimentam atrás de um grupo de ovelhas. O objetivo é ultrapassar determinados obstáculos, guiando o rebanho por meio de porteiras ou apartando um animal do restante do bando, sempre em linha, o mais reta possível, e sem a perda de controle. Os cachorros não latem e nem encostam nas ovelhas: através do olhar e da movimentação, impondo sua posição de dominância, eles conseguem fazer com que elas percorram o caminho desejado.  

A atividade, que será retomada entre aproximadamente 13h e 17h, está sendo conduzida pela Associação Border Collie Mercosul (ABCM). A entidade, que existe há cerca de três anos, busca divulgar o mercado entre os gaúchos.  

“Nosso intuito é demonstrar a capacidade do cão de trabalho e sua eficiência em manejar o rebanho. Um cachorro é, muitas vezes, mais eficiente do que dois ou três colaboradores. Não estamos dizendo que as fazendas deixarão de ter funcionários, mas que podem aliar a economia, a tranquilidade e a velocidade que os cães trazem”, explica o presidente da ABCM, Anderson Pacheco.

Anderson trabalha em uma propriedade rural em Canguçu, no Sul do Estado, e treina cães - em média, de 10 a 15 por dia. Tutor do Thor, de um ano e meio, ele conta que os cachorros da raça border collie são muito inteligentes. Os animais podem ser adestrados a partir de um ano, em um processo que dura de seis a doze meses.   

“Eles aprendem comandos por voz e por apito. O melhor mesmo é o apito, pois, em rebanhos reais, trabalhamos com uma distância de 600, 800 metros. Aqui, nas simulações, são distâncias menores. E o som do apito atravessa a corrente do vento. Depois que o treinador e o cão aprendem, é mais cômodo para os dois”, detalha.   

No mercado, os animais já treinados são vendidos, em média, por valores entre R$ 10 mil e R$ 30 mil. Já os filhotes podem ser comercializados por preços entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, dependendo da genética.   

O agropecuarista Felten Guterres, 40 anos, de Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, tem cinco border collies, com os quais trabalha há cerca de oito meses. A Malu, também conhecida como Tigresa, de dois anos, esteve com ele neste sábado.

“Conhecendo essa área, comecei a entender que eu precisava de um cachorro assim. Até o ano passado, éramos eu e três pessoas no campo, e hoje tenho condições de lidar sozinho. Eles trazem um bem-estar para o conjunto, para o rebanho, e são importantes para melhorarmos a produção no Estado. Além da amizade e a companhia que eles nos proporcionam”, relata Guterres.

A apresentação dos animais encantou o público presente. É o caso do aposentado João Alberto Kunrath, 72, que estava acompanhado do neto Henrique Kunrath Lucas, 16.   

“Tenho muito interesse nesses treinamentos de cachorros. Sempre que tem aqui na Expointer eu gosto de acompanhar. Hoje dei sorte porque cheguei e já vi que estava acontecendo”, comemora.   

Ingressos   

A Expointer segue até este domingo (1º/9), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Os ingressos, que podem ser adquiridos por meio deste link, custam R$ 18 para pedestres, com meia-entrada (R$ 9) para pessoas acima de 60 anos, estudantes munidos de carteira oficial e pessoas com deficiência. Crianças de até seis anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não pagam. O estacionamento para veículos custa R$ 46 (não inclui a entrada do motorista nem dos demais passageiros).   

Em todos os dias do evento, o parque fica aberto das 8h às 20h.  

_{Texto: Bibiana Dihl / Ascom Expointer
Edição: Ascom Expointer}