Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Soluções para disseminar tecnologia entre pequenos produtores são debatidas na Expointer

RS Innovation Agro trouxe pautas de como melhorar acesso dos trabalhadores rurais às inovações

Publicação:

Especialistas trazem pautas para melhorar acesso dos pequenos produtores rurais às tecnologias
Especialistas trazem pautas para melhorar acesso dos pequenos produtores rurais às tecnologias - Foto: Ascom Sict

Oportunidades para foodtechs e utilização de inteligência artificial no agronegócio foram temas debatidos no palco do RS Innovation Agro nessa terça-feira (29), em uma programação com curadoria da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). Os especialistas de dois painéis — mediados pelo gestor de Inovação e Tecnologia (GIT), do Inova RS da região Central, Claudir Padia — foram unânimes em afirmar que o agronegócio possui potencialidades na difusão de tecnologia no Brasil, mas precisa, cada vez mais, conhecer a realidade do produtor rural na ponta para desenvolver soluções efetivas que se disseminem por toda a cadeia.

No painel “Agrofood connect: desafios de conexão no agro”, o coordenador de projetos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI) no campus Santiago, Higor Freitas Machado, apresentou resultados do projeto “Rastreabilidade e Autenticidade do Mel do Vale do Jaguari”, que teve aporte de edital do programa Inova RS, da Sict. Ele salientou a união da quádrupla hélice regional (universidades, empresas, governo e sociedade civil) em prol do mesmo objetivo, o que possibilitou mapear toda a cadeia da apicultura da região e gerar valor aos produtores rurais.

Ele alertou, porém, que algumas barreiras persistem na extensão dos benefícios de pesquisa aos agricultores. Entre elas, ressaltou a linguagem: “Termos americanizados são difíceis para o produtor rural, lá no campo, entender. É preciso facilitar a comunicação”.

O gerente regional da Emater/Ascar na região Central, Guilherme Passamani, reforçou a importância de uma linguagem simples e completou: “Outro ponto é entender o problema que queremos saciar e buscar desenvolver tecnologias para isso”. Para ele, a tecnologia é fundamental para incentivar a sucessão rural e incentivar a permanência dos jovens no campo.

A CEO da startup WeeCaps, Thaiane Marques da Silva, que é incubada na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), afirmou ser fundamental a pesquisa das “dores” do agricultor. “A gente tem que olhar mais para o mercado e para o que ele está pedindo”. Em relação às foodtechs, ela afirmou que a regulamentação é um empecilho na formulação de soluções mais ágeis. "Nós, que trabalhamos com microcápsulas, não temos legislação ainda para isso. Escalar o produto também é uma barreira para o desenvolvimento de tecnologias”, pontuou.

É importante fazer as perguntas certas para a inteligência artificial

Na esteira do ChatGPT, a inteligência artificial (IA) tem ganhado os holofotes e levantado discussões referentes à utilização na agricultura. O painel “Inteligência artificial no agro”, realizado na tarde da terça-feira (29), no RS Innovation Agro Stage, reuniu duas startups de Santa Maria que trabalham na área para refletir sobre potenciais e oportunidades da IA.

O cofundador e CEO da Zeit, Renan Pardinho, salientou a riqueza de dados proporcionada pelo agronegócio, mas que seguem disponíveis de forma dispersa: "A partir do momento em que se consegue unir esses dados, é possível gerar muito valor à cadeia”.

A Zeit produz sensores portáteis que medem a qualidade da soja. No entanto, Renan reforça a sazonalidade de safras, sobretudo diante da estiagem que o Rio Grande do Sul vive há dois anos, e os desafios que se interpõem à IA. “Não adianta achar que os dados de uma safra serão os mesmos da próxima. É preciso embutir a variabilidade à inteligência artificial. Toda tecnologia que vier para o agro precisará de um tempo de amadurecimento”, afirmou.

Em relação às tecnologias disponíveis, o CEO da startup Cowmed (fabricante de sensores para monitoramento de vacas), Thiago Guedes Martins, foi categórico: “É importante fazer as perguntas certas para a inteligência artificial”. Nesse sentido, pontuou que tão fundamental quanto embutir a tecnologia, é saber o que extrair dela e como utilizar corretamente os dados de forma a atingir os objetivos estabelecidos.

Texto: Cândida Schaedler/Ascom Sict
Edição: Cássio Machado/Ascom Expointer

Mais notícias

Expointer