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Sabor, saúde e negócios na fruta da oliveira

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Azeite de Oliva
O plantio gaúcho da fruta está em pleno crescimento, movimento percebido a partir do aumento das vendas de mudas - Foto: Gustavo Roth/Agência Preview

A palestra "Noções sobre análise sensorial de Azeite de Oliva" atraiu curiosos e investidores na tarde desta sexta-feira (2) no Salão do Empreendedor, dentro do Pavilhão Internacional, da 39ª Expointer, em Esteio. Além de mostrar como diferenciar os bons azeites nas prateleiras, a apresentação de Rafael Marchetti, sócio-diretor da empresa Tecnoplanta, demonstrou o potencial de mercado do cultivo.

Segundo Marchetti, o plantio gaúcho da fruta está em pleno crescimento, movimento percebido a partir do aumento das vendas das mudas da empresa. Pelas características do clima, o estado leva vantagem como produtor no Brasil, que é hoje o quarto maior importador de azeite de oliva no mundo, com um consumo de 400 ml per capita, considerada baixa na relação com outros países. “Para quem busca um azeite de qualidade é importante a produção local, pois o produto sempre perde qualidade no transporte”, garantiu.

De olho na rentabilidade, o empresário da Pastoreio Invest Agronegócios, Claudio de Sottomaior Filho, está pronto para começar o plantio no local já denominado Estância das Oliveiras. “Vamos plantar 50 hectares por ano, até chegar a 150”, planeja, explicando que o investimento inicial e a manutenção são altos, mas está otimista com os resultados.

O processo de extração do azeite também foi detalhado, mostrando a importância de cada etapa. A tecnologia atual tem cerca de 30 anos, equilibrando globalmente a qualidade do produto e viabilizando a participação de pequenos produtores. “O estabelecimento, cada vez maior, das agroindústrias possibilita que produções em menor escala sejam incluídas no processo”, enfatizou Marchetti. Esse ponto despertou o interesse do aposentado Ubirajara Pedro de Oliveira, proprietário de um sítio no município de Viamão. “Minha área está mapeada como adequada no estudo apresentado, já tenho oliveira no nome, quem sabe já é um caminho”, sorriu, mas pensando seriamente em começar uma pequena produção.

Variedade de azeites
O Rio Grande do Sul leva vantagem como produtor no Brasil, que é hoje o quarto maior importador de azeite de oliva no mundo - Foto: Itamar Aguiar/Agência Preview



Sabor e saúde na mesa do gaúcho
 
A análise sensorial é a única maneira de confirmar a autenticidade do azeite de oliva. Ao explicar as peculiaridades do produto e os cuidados na extração, Marchetti alertou para a necessidade de rotular corretamente as garrafas e para a falta de fiscalização quanto à origem e qualidade. “O bom azeite é um suco de fruta, com nuances
inconfundíveis no sabor. Para saborear é preciso apreciar o odor (olfato), o aroma (cheiro que se sente com o produto na boca) e o sabor, que mistura o doce o amargo e o ácido”, ensina, mas lamenta que o brasileiro não tem referência de um azeite de alta qualidade, acostumando o paladar com produtos ruins.

O melhor azeite, chamado extravirgem, traz benefícios não só ao paladar, mas para a saúde também. Entre os maiores benfeitores estão os polifenóis, que previnem doenças e atua como antioxidante. Hoje, sabe-se que o consumo combate tumores, a diabetes e a obesidade, além de melhorar o sistema cardiovascular, aparelho digestivo, pressão arterial e prevenir o envelhecimento. “É, sem dúvida, o alimento mais importante para o ser humano”, sentenciou Marchetti.


Texto: André Furtado
Edição: Denise Camargo/Secom

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