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Extensionistas da Emater orientam sobre boas práticas no cultivo de peixes

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PBG 29 08 2017 4
Produtores interessados no policultivo recebem informações dos técnicos - Foto: Pedro Belo Garcia

As boas práticas no cultivo de peixes em viveiros são demonstradas pelos extensionistas da Emater/RS no espaço de Policultivo de Carpas, da instituição, na 40ª Expointer, em Esteio. Uma das demonstrações orientadas pela assistência técnica é a despesca, que faz a coleta dos peixes no final do cultivo, por meio da rede de arrasto, para comercialização, tratamento ou cálculo da amostragem. Todos os dias, por volta das 16h, o público pode observar o trabalho.

“A despesca, além da retirada para comercialização, é feita também em momentos como o da biometria, que serve para retirar uma quantidade de peixes específica para se ter um percentual representativo dos animais e assim fazer o cálculo para a alimentação ou tratamento”, explica o extensionista do escritório de Gravataí da Emater, Fábian Antunes del Valle.

Conforme Fábian, os produtores procuram o espaço para receber diversas orientações sobre piscicultura. No local, além da demonstração da despesca, ao final das tardes, em um viveiro de aproximadamente 400m², o público pode receber informação sobre qual espécie possui baixo custo para cultivo, lotação adequada dos viveiros conforme seus tamanhos e outros cuidados específicos para não causar maior estresse aos animais.

“Quando se faz uma despesca para a Semana Santa, por exemplo, o ideal é tirar todos os peixes do viveiro e recomeçar o processo de cultivo novamente. Aqui, atendemos também demandas sobre lotação, adubação, alimentação e questões mais direcionadas, como qual tipo de peixe é melhor para se criar e qual é o mais barato ou que dá mais lucro”, complementou.

No viveiro da Emater, são cultivadas carpas cabeça-grande, húngara, prateada e a carpa capim. Algumas tilápias também fazem parte da amostragem, que pode ser retirada d’água após a despesca para o público reconhecer. A demonstração é feita somente uma vez ao dia, porque os extensionistas levam em conta o nível de estresse dos peixes.

Cuidados para melhorar o investimento

Um dos cuidados essenciais no policultivo é a lotação. Conforme o extensionista Fábian Antunes del Valle, para viveiros com carpas, o ideal é a proporção de uma para cada 4m². “O pessoal muitas vezes tem um tanque de 100m² e 300, 400 peixes, o que é fora da realidade. Isso porque, com o excesso de peixes, vai ter falta de oxigênio, de capacidade de crescimento, uma reprodução disforme”, adverte.

A Emater possui escritórios regionais onde o produtor pode buscar assistência técnica e saber todas as etapas para o policultivo ter maior rendimento.

O Programa Integrado de Pesca e Aquicultura, da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, auxilia os interessados na construção de viveiros, implantação de pontos de comercialização, de unidades de referência tecnológica e também com oferta de assistência técnica e extensão rural, cursos de qualificação, eventos e ordenamento pesqueiro e aquícola.

Os visitantes de Barra do Ribeiro José e Solange Mattos, casados há 41 anos, acompanharam uma demonstração de despesca e já solucionaram algumas dúvidas. “Iremos já na próxima semana incomodar os técnicos da Emater para analisar o nosso tipo de açude e ver como é melhor para fazer o nosso viveiro, porque lá na propriedade temos muitas vertentes. Íamos criar tilápias, mas entendemos que o custo é maior e não vamos mais”, garantiram.

Piscicultura no RS

No Rio Grande do Sul, cerca de 50 mil piscicultores retiram sua renda da comercialização de peixes, com produtividade média de 850 quilos por hectare, que totalizam 17 mil toneladas de produção por ano.   

A principal espécie cultivada em viveiros pelos gaúchos são as carpas, que detêm 80% de todo o policultivo, sendo 30% do tipo capim, 22% da comum, 15% de cabeça-grande e13% da prateada. As demais espécies são tilápias (12%), jundiá (4%) e outras (4%).

Texto: Letícia Bonato
Edição: Rui Felten

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