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Painel debate o setor florestal na Expointer

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Painel “A nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal”, organizado pela Seapi
Painel “A nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal”, organizado pela Seapi - Foto: Júlia Chagas/Ascom Seapi

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) promoveu, nesta segunda-feira (28/8), o painel “A nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal”. O evento ocorreu no auditório do estande do governo do Estado, no Pavilhão Internacional, durante a 46ª Expointer. O secretário da Agricultura, Giovani Feltes, deu as boas-vindas aos presentes. O secretário adjunto, Márcio Madalena, abriu os trabalhos, ressaltando a importância do tema.

O diretor-geral da CMPC Guaíba, Mauricio Harger, apresentou “A fibra natural para um futuro melhor” e abordou os principais impactos da multinacional na economia do Rio Grande do Sul. Atualmente, ela está presente em 73 municípios gaúchos e gera 6,6 mil empregos fixos.

Harger falou ainda sobre o maior projeto de sustentabilidade da história do Estado: o BioCMPC. “Trata-se de um investimento de R$ 2,75 bilhões, que está sendo concluído neste ano e irá tornar a unidade de Guaíba uma das mais sustentáveis do ramo de celulose no Brasil”, afirmou.

Por sua vez, o presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Luiz Augusto Alves, abordou as oportunidades e os desafios no atual contexto mundial para o setor florestal do Rio Grande do Sul. Segundo ele, entre as oportunidades estão os serviços ambientais. “Destacamos os serviços ambientais relativos à conservação e à preservação, além da expectativa da implementação do comércio de créditos de carbono, podendo se caracterizar como fonte de recursos para o setor”.

Para Alves, entre as potencialidades do Estado pode-se destacar as características edafoclimáticas (clima, relevo, radiação, tipo de solo, vento, precipitação pluvial, entre outras), semelhantes às dos países de origem das espécies exóticas cultivadas. “A logística e a localização geográfica favoráveis para atender aos mercados nacional e internacional e o potencial de crescimento da produtividade florestal também representam um bom potencial para o setor”, acrescentou.

Como fatores impactantes, Alves destacou a burocratização dos trâmites relacionados às atividades florestais e à falta de conhecimento do setor e dos produtos provenientes das florestas plantadas por grande parte da sociedade. “Essa falta de conhecimento dificulta a obtenção de apoio político e da sociedade em geral para as demandas setoriais”.

Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), em evento organizado pela Seapi
Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), em evento organizado pela Seapi - Foto: Júlia Chagas/Ascom Seapi

Já o presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, falou sobre a emergência climática, que gera um desafio para a sociedade. “Mas também oferece oportunidades para o Brasil, que tem condições muito pecualiares nesse mundo em que estamos vivendo. Por exemplo, nós temos terra, que é um elemento importante, porque uma das demandas do mundo é alimento. Estamos com uma safra de mais de 300 milhões de grãos e podemos rapidamente chegar a uma safra de 500 milhões no nosso país”, afirmou. 

Ele citou ainda a possibilidade de o Brasil ser um provedor de energia limpa. “Temos uma bela experiência de biomassa; temos sol abundante, o que dá possibilidade de crescermos na energia solar; temos ventos com regularidade em algumas regiões do país. Nós temos como suprir o mundo com alimento e com energia limpa”, destacou. “Eu costumo dizer que, se listarmos os 10 países com maior potencialidade no mundo, o Brasil está bem posicionado entre eles”, pontuou. “Nosso desafio é histórico, de como transformar esse potencial em oportunidades para melhorar a vida do nosso povo, principalmente dos jovens brasileiros”.

Além disso, na opinião de Hartung, é preciso valorizar as iniciativas da bioeconomia, que aliam desenvolvimento com sustentabilidade, que produzem enquanto conservam. “E o setor de árvores cultivadas é uma dessas iniciativas que teve sucesso nas últimas décadas, estabelecendo-se como uma indústria produtiva, exportadora, geradora de emprego e desenvolvimento social". E tudo isso, segundo ele, enquanto mantém 6 milhões de hectares de áreas conservadas e outros 9,9 milhões de hectares de áreas cultivadas, estocando carbono, com bioprodutos, recicláveis e biodegradáveis, alternativos àqueles de origem fóssil e utilizando técnicas de manejo florestal sustentável.

Texto: Darlene Silveira/Ascom Expointer
Edição: Maria Alice Lussani/Ascom Expointer

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