Freio de Ouro tem campeões inéditos na estreia da arena coberta
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Arquibancadas abarrotadas e público amontoado também em pé na nova Arena Coberta do Cavalo Crioulo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Devidamente trajados para a ocasião, crianças e adultos pilchados estavam atentos para a finalíssima do Freio de Ouro durante a 46ª Expointer. E na edição 2023 da feira puderam ver campeões inéditos entre os cavalos: o ginete Daniel Teixeira montou Belle Porcelana, a fêmea mais jovem entre as finalistas, e o cavaleiro Zeca Macedo se sagrou vencedor com o macho Guanabara Saladero, estreante na competição.
O governador Eduardo Leite compareceu às provas finais do Freio de Ouro e participou da entrega dos troféus para os criadores e expositores campeões nas categorias macho e fêmea. Ele destacou a importância da competição como um símbolo da tradição e uma vitrine da qualidade do cavalo crioulo.
“É uma alegria estar aqui neste domingo bonito de sol e frio, acompanhando o Freio de Ouro. Esse amor ao cavalo é também um símbolo do amor do gaúcho às coisas da nossa terra. E agora, com a pista qualificada, com cobertura, certamente o Freio de Ouro será cada vez mais um espaço de encontro para os gaúchos, para celebrar a nossa cultura e tradição”, disse.
O ginete Teixeira declarou, bastante emocionado: “É muita coisa que a gente passa para chegar aqui e as coisas darem certo. Então, a gente olha para trás e fica um pouco surpreso por ter a oportunidade de viver esses momentos”.
“Minha sensação é muito difícil de descrever porque eu vivo isso daqui, meu pai me colocou aqui dentro. Eu fiz a campeira durante oito, dez anos, e meu sonho foi fazer isso aqui. As minhas brincadeiras eram os ginetes do Freio de Ouro, os meus ídolos, era o que eu queria ser”, expôs o pentacampeão Macedo.
Os campeões levam para casa o cobiçado troféu Freio de Ouro. Na categoria dos machos, o Freio de Prata ficou com Daniel Teixeira e o cavalo AS Malke Fogo de Chão. O Freio de Bronze terminou com Fabrício Brunelli Barbosa e o cavalo Mis Amores da Taimã. O Freio de Alpaca, por sua vez, foi para Nathan Valadão e Leopardo da Gap São Pedro-TE.
No pódio das fêmeas, o Freio de Prata terminou com o cavaleiro Gabriel Viola Marty e a fêmea uruguaia Jugada de Santa Marcia. O ginete Ricardo Gigena Wrege estreou no pódio montando a Realidade Charrua. E o Freio de Alpaca ficou com a Têmpera do Recanto Crioulo-TE e o ginete Cláudio dos Santos Fagundes, que fizeram uma fase final de bastante regularidade.
Emoção na arquibancada
Na arquibancada, um pequeno grupo gritava na reta final da competição. E ao fim das montadas, tudo se justificava. Era a emoção do domador do cavalo campeão, Vinícius Ianke. Há mais de 20 anos na atividade, ele recebia cumprimentos e felicitações. “Não tem explicação [para a emoção]. É o trabalho de anos, de muita dedicação, eu acompanhei a evolução desse cavalo. Corri com ele muito novo, sempre vi potencial. A gente sempre comparava com os irmãos que correram o Freio”, apontou Ianke.
Antes da finalíssima, houve tempo e espaço para uma cerimônia emocionante para a comunidade crioula. É que o cavalo Colibri Matrero, tricampeão do Freio de Ouro, percorreu a arena enquanto anunciaram a sua despedida. Uma capa especial com as bandeiras do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai foi confeccionada e entregue ao ícone da raça na sua última montada em uma pista. A volta arrancou aplausos do público.
Na sequência, para manter viva a tradição e resgatar a memória, o primeiro campeão do Freio de Ouro, Oswaldo Dornelles Pons, foi convidado a entregar o Troféu Freio Especial para Juan Salustiano Peirano, o criador do Colibri Matrero.
Texto: Caio Lorena/Ascom Expointer
Edição: Vitor Necchi/Ascom Expointer