A mulher como protagonista no meio rural
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É cada vez maior o número de mulheres que vem assumindo os negócios no meio rural: seja em pequenas, médias ou grandes propriedades. Prova disso é Márcia Ferrari, vencedora do Prêmio Mulher Empreendedora, do Sebrae, em 2013, e produtora de orgânicos e da Agroecologia Ferrari. Márcia, assim como seus vizinhos, realizam o turismo rural, de maneira diferenciada. Em sua pequena propriedade em Linha Forqueta, distrito de Arroio do Meio, ela recebe as pessoas que vão em busca de produtos sem agrotóxicos. Nesta terça-feira (30), contou sua trajetória na 39ª Expointer, no Salão do Empreendedor.
Tudo começou quando Márcia, que trabalhava em uma indústria de calçados, ganhou sua primeira filha há 14 anos. Em casa, uma propriedade rural de meio hectare, onde cultivava uma horta para consumo próprio sem agrotóxicos, teve a ideia de se unir aos demais agricultores da região. Sob a orientação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, houve expansão da plantação e cada um escolhia o que cultivar, a fim de não competirem entre si.
“A organização foi fundamental”, explica Márcia, que destaca a importância que a Afubra teve com o projeto “Verde é Vida” ao incentivar e orientar os agricultores a plantar e cuidar da terra sem o uso de agroquímicos. “Assim fomos produzindo todo o tipo de legumes e verduras, mesmo com o descrédito de muitas pessoas”, conta. Logo surgiu o roteiro “Caminhos da Forqueta”, que oferece gastronomia, cultura local, belezas naturais e produtos sem agrotóxicos à venda. E a propriedade de Márcia, a Agroecologia Ferrari, é um dos pontos turísticos.
Caminho do empreendedorismo
Há três anos, Márcia criou o negócio que lhe rendeu o prêmio: o Colhe-Pague, em que ela recebe em sua propriedade, todos os dias, interessados em ter uma alimentação saudável. “As pessoas chegam, eu entrego chapéu de palha, uma cesta e vamos para as hortas. Cada um colhe o que quer. O negócio está atraindo cada vez mais clientes, de vários municípios, incluindo Porto Alegre.
Márcia conta que o sucesso foi facilitado pela tecnologia das redes sociais. “Colocamos no Facebook, damos entrevistas em rádios da região e o negócio começou a crescer ”, observa. Agora, pensa em expandir sua produção e plantar frutas. O excedente das hortas é transformado: vira geleia, conserva ou qualquer outro produto. Tudo que é produzido tem certificação. Segundo ela, sem a contribuição dos técnicos do Senar, Sebrae/Rs, Farsul e a administração municipal, não teriam conseguido os mesmos resultados.
Para saber mais: Facebook – Roteiro Turístico – Caminhos da Forqueta
Texto: Margareth de Paula
Edição: Eliane Iensen