Rio Grande do Sul é referência nacional no plantio de oliveiras
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O Rio Grande do Sul se tornou o maior produtor de oliveiras do Brasil, além de figurar entre os melhores do mundo na produção de azeite de oliva. O destaque mundial foi alcançado recentemente com a medalha de prata obtida pelo Prosperato, da empresa Tecnoplanta, de Barra do Ribeiro, no concurso italiano Domina, um dos mais importantes da Europa.
A história da olivicultura no estado foi tema de encontro nesta terça-feira (30), durante a 39ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Rosane Coradini, presidente da Associação dos Produtores de Olivicultura de Caçapava do Sul, conta que o protagonismo gaúcho começou em 2005. "Éramos 30 malucos que resolveram tentar plantar oliveiras no estado, depois de duas tentativas fracassadas, sendo que a última foi nos anos 50", lembra.
De uma propriedade de 20 hectares da família, na Região da Campanha, cinco deles foram dedicados ao plantio de oliveiras, resultando em sucesso imediato. "Em 2013, colhemos 8,5 mil quilos de azeitonas. Para este ano, em função do clima, devemos colher 3,1 mil quilos", acrescenta.
Em mais de 10 anos de cultivo, foram introduzidas pelo menos 50 variedades. Para o chefe geral da Embrapa/RS, Glênio Pillon, o território gaúcho tem um grande potencial de expansão da lavoura. "Temos mais de 11 indústrias instaladas e caminhamos a passos largos, com avanços tecnológicos. Hoje nosso azeite não perde nada para outros do mundo", enfatiza.
Pillon lembra que o azeite trazido de outros países tem qualidade alterada, principalmente em função da logística de transporte, com longas esperas em contêineres. Contudo, alerta que o clima - a geada e a umidade - e o controle de pragas seguem sendo as principais preocupações.
Potencial
Mita Fuhrmann, que produz o azeite Verde Louro em Canguçu desde 2011, disse que a primeira safra deste ano será de 1,8 mil litros. Eudes Romano Marchetti, diretor-geral da Tecnoplanta, de Caçapava do Sul, observou o RS deve ser de 15 mil litros de óleo de oliva em uma área de 300 hectares. A previsão é de crescer para 50 mil litros em 2017.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, informou aos produtores que o Badesul tem linha de financiamento com condições favoráveis ao setor. "Estamos juntos neste processo, apoiando os produtores e buscando resolver impeditivos burocráticos que dificultam a produção, como a utilização de defensivos agrícolas". Segundo ele, o estado tem um milhão de hectares potenciais para a olivicultura.
Texto: Paulo Ricardo Fontoura
Edição: Gonçalo Valduga/Secom